Irmãs criam projeto e fazem festas de aniversários para crianças carentes de Guarapuava

Comer um bolo, assoprar velinhas e ter uma festa de aniversário pode ser algo normal para muitas crianças no mundo. Mas existem muitos pequenos carentes que não sabem o que é comemorar mais um ano de vida junto aos amigos e família. Para trazer alegria e esperança a essas crianças em situação de vulnerabilidade social duas irmãs guarapuavanas criaram um projeto com a finalidade de fazer esses pequeninos felizes.

O projeto fundado pelas irmãs Cleycy Garcia e Ketlyn Garcia, que tem objetivo de transformar a realidade desses pequenos que crescem sem estrutura familiar e na maioria das vezes sem oportunidade de comemorar seus aniversários, surgiu de uma troca de ideias entre elas. “Ela é mãe solo, e trabalha com bolos doces e salgados. Eu tenho um ateliê de festas. Nós sempre procuramos ajudar as pessoas, mesmo com pouco e acabamos encontrando nas festas uma forma de ser solidária”, conta Cleycy.

Para as irmãs muito além de uma festa, esse é o momento de se sentir especial, de ter algumas horas dedicadas à alegria, união e amor, é o momento de esquecer as dificuldades de uma vida ainda curta, mas cheia de marcas. “No início das pandemia, a Ketlyn ficou com medo de suas vendas cairem e não ter como sustentar a casa, mas como dizemos, graças a Deus as encomendas continuaram, e mesmo sendo bem apertado, ela conseguiu manter todo esse ano. Eu amo crianças e amo festas, e tenho lembranças muito boas dos bolos que minha mãe fazia pra nós, mesmo os anos que era só um bolo de amendoim, eu achava o máximo! E creio que aniversário tem que ser comemorado”. E foi pensando nisso que as meninas deram início ao projeto.

Entre uma conversa e outra Ketlyn comentou com a irmã que por Deus ter lhe abençoado, ela queria abençoar uma família que fosse mãe solo, mas que não tem condições de fazer um bolinho para criança, pois  Ketlyn sabe que criança espera esse dia, foi nessa hora que as meninas juntaram as ideias. “Resolvemos ir além e criamos um grupo para que se alguém quisesse ajudar, poderíamos fazer salgados e levar uma festinha completa! E assim foi, nós criamos dois o grupo, e fomos divulgando, as pessoas foram entrando e abraçando essa ideia!”.

O projeto é realizado com crianças de até 12 anos, que os responsáveis por algum motivo não conseguem fazer um bolinho para comemorar esse dia. Para selecionar as famílias Cleycy criou  um link de inscrição, que ficou disponível por duas semanas, o qual teve  mais de 30 inscrições. “Nós já atendemos seis crianças esse ano, com bolo do personagem que eles escolhem, algum tipo de salgado, refri, descartáveis e docinhos, também procuramos mandar um presentinho”, conta Cleycy.

Segundo as irmãs, hoje o projeto conta com 40 participantes voluntários, que todo mês ajudam doando algo paro o projeto se manter, alguns doam leite condensado, outros doam óleo, trigo, açúcar, granulado, outros doam o tempo, a mão de obra e a casa para fazer as guloseimas.

“Nosso desejo era atender todas as crianças inscritas, são 3 ou 4 por mês, mas além dos ingredientes, demanda de gás e é algo que no momento não conseguimos manter. Por isso, está sendo feito um sorteio por mês, pra escolhermos quem será a criança que irá ganhar. Depois do sorteio realizado, conversamos com o responsável pra saber de qual personagem a criança quer o bolo, e combinamos o dia pra irmos levar”, explica Cleycy.

Devido a pandemia as meninas explicam, que para as entregas vão somente em três voluntárias no máximo, de máscara e levam álcool gel. “Quando pedem cantamos parabéns junto, outras vezes só entregamos. Mas uma coisa é certa, todo cansaço e correria passam quando vemos os olhinhos de uma criança brilhando olhando pro seu bolo de aniversário!”.

A emoção de doar e receber

As irmãs contam que cada entrega é uma emoção diferente, mas para elas uma das festas que mais marcou foi a primeira que realizaram. Segundo as meninas, foi o aniversário de uma criança, de 11 anos, que mora com os avós e nunca tinha ganho festa de aniversário. “A avó ficou muito grata, e dava para ver nos olhos deles que ficaram extasiados”, conta Cleycy.

Outra história marcante que ficou na mente e no coração de Cleycy foi na última entrega feita para um menininho de seis anos, que sua mãe trabalha com material reciclável. “Esse menino tem 3 irmãos, e além de levar o bolinho, vimos que eles precisam de ajuda com outras coisas também, e repassando para os voluntários eles nos ajudaram a conseguir muita coisa pra fazer a Páscoa deles mais feliz!”.

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(Fotos: Arquivo pessoal)




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